O Sul Global liderou a corrida de adoção de criptomoedas

O Sul Global liderou a corrida pela adoção de criptomoedas. Opiniões de especialistas

Enquanto os reguladores ocidentais discutem o futuro das criptomoedas, na África já se utiliza a blockchain para resolver problemas reais. Isso foi relatado por Kevin Imani, chefe do Africa Venture Studio na StarkWare, no podcast The Clear Crypto Podcast.

Inovadores locais estão implementando tecnologia para melhorar a acessibilidade financeira, energia e comunicação. Segundo Imani, estudantes e freelancers tornaram-se pioneiros no uso de blockchain no continente.

Na conferência Africa Bitcoin Conference em 2024, o CEO da Block, Jack Dorsey, afirmou:

«África é uma região com um enorme potencial, onde o bitcoin pode ter um impacto real na vida das pessoas».

Limitações das finanças tradicionais

Nos países desde o Quénia até à Nigéria, a tecnologia foi adotada devido a necessidades urgentes, e não a uma especulação desenfreada. O principal problema foi a dificuldade de obter dinheiro do exterior e a sua conversão em moedas locais devido à infraestrutura bancária limitada e à baixa confiança nas instituições governamentais.

Esta perspectiva é apoiada pelo fundador da plataforma P2P NoOnes, Ray Youssef, que considera as criptomoedas um verdadeiro "salva-vidas" para as populações dos países do Sul Global.

"As criptomoedas não são apenas um brinquedo especulativo para banqueiros. São uma ferramenta vital para as pessoas no Sul Global", afirmou ele em comentário ao ForkLog.

O orador enfatizou que sua plataforma NoOnes foi criada precisamente para "dobrar os esforços nesta missão", fornecendo às pessoas ferramentas para transferências de dinheiro, poupanças, pagamentos e educação sem intermediários ou censores.

«É preciso quase tornar-se um trader», disse Imani ao descrever o processo de retirada de stablecoins ou rendimentos de criptomoedas para fiat.

Ele destacou que, mesmo antes do surgimento de uma infraestrutura oficial por parte dos reguladores ou startups, a comunidade já utilizava ativamente "stablecoins" para preservar valor, e não para gastos. Isso contribuiu para o crescimento da troca P2P de criptomoedas.

Yussef também apontou para a diferença fundamental nas abordagens sobre o uso de ativos digitais entre o Sul Global e o Ocidente.

«Enquanto a maior parte das discussões ocidentais ainda gira em torno de ETF*, especulações e produtos financeiros abstratos, nas ruas de Lagos, Nairobi e Buenos Aires, as criptomoedas tornaram-se algo muito mais prático», explicou o fundador da NoOnes.*

Não apenas finanças

Para além das finanças, os inovadores africanos estão a utilizar a blockchain para resolver problemas de fornecimento de energia. Como exemplo, Imani citou as áreas rurais da Zâmbia, onde os excedentes de energia de mini-hídricas podem agora ser direcionados para a mineração de bitcoin. É um sistema auto-sustentável que reduz desperdícios e gera rendimento, explicou.

Outra direção promissora é a melhoria da conexão à internet. Em regiões com cobertura insuficiente dos provedores tradicionais, surgem redes Wi-Fi descentralizadas. Os participantes dessas redes podem compartilhar sua largura de banda, recebendo recompensas instantâneas e transparentes através da blockchain.

Apesar da implementação ativa no terreno, os governos de países como o Quénia, Nigéria e África do Sul continuam a adotar uma posição de espera. Os reguladores estão mais focados na proteção dos direitos dos consumidores do que na integração total da tecnologia.

No entanto, Imani olha para o futuro com otimismo:

«A necessidade existe. A tecnologia está aqui. A única questão é como superaremos essa lacuna».

Na opinião de Youssef, a experiência da África e de outras regiões do Sul Global não só resolve questões locais, mas também influencia radicalmente o desenvolvimento de toda a economia digital mundial.

Quando as inovações vêm da periferia, elas geralmente superam os sistemas obsoletos, explicou o CEO da NoOnes. Os desenvolvedores agora são forçados a se concentrar em dispositivos móveis, na capacidade de trabalhar offline e na sustentabilidade, pois essas condições são importantes no mundo real.

«O Sul Global não está apenas a participar no processo — está a liderar, dando o exemplo. E o resto do mundo o seguirá», concluiu Youssef.

Recordamos que em fevereiro a Altvest se tornou a primeira empresa africana a ter bitcoin no tesouro.

Ver original
This page may contain third-party content, which is provided for information purposes only (not representations/warranties) and should not be considered as an endorsement of its views by Gate, nor as financial or professional advice. See Disclaimer for details.
  • Recompensa
  • Comentar
  • Partilhar
Comentar
0/400
Nenhum comentário
  • Pino
Negocie cripto em qualquer lugar e a qualquer hora
qrCode
Digitalizar para transferir a aplicação Gate
Novidades
Português (Portugal)
  • 简体中文
  • English
  • Tiếng Việt
  • 繁體中文
  • Español
  • Русский
  • Français (Afrique)
  • Português (Portugal)
  • Bahasa Indonesia
  • 日本語
  • بالعربية
  • Українська
  • Português (Brasil)